Há muito tempo venho namorando esse modelo de bolsa. Para quem segue as tendências de crochê, talvez não veja novidade nenhuma, pois de fato não é. Essa bolsa está sendo feita por crocheteiras de todos os cantos do mundo, seja na Russia, nos EUA, na França, na Tailândia, no Japão… e claro, aqui no Brasil também.

Portanto, muitas foram as referências e tutoriais no Pinterest e YouTube.

Sabia que um dia iria fazer essa bolsa com minhas próprias mãos e finalmente esse dia chegou! E por isso gostaria de compartilhar minha experiência, afinal a Oh La Lara é justamente para isso mesmo – para ajudar você a fazer mais arte nesse mundo!

O que não deu certo

Minha primeiríssima tentativa para fazer essa bolsa foi com fio de malha… Pena que não tirei foto do fio nem da peça teste. Mas fica aqui registrado que não deu certo para a textura que eu imaginava.

Na época, usei um fio de malha sustentável, ou seja, feito com sobras da indústria. Como uma das características dessa bolsa é o ponto alto uniforme em toda sua trama, o fio que eu havia comprado não tinha uma espessura regular, o que deixava a peça um pouco disforme, além das emendas frequentes que eu tinha que fazer. Porém, o que mais me incomodou mesmo foi o peso e a textura que a bolsa foi tomando. Definitivamente, ficou parecendo mais uma cesta de decoração do que um bolsa para os dias de sol.

A segunda tentativa foi com o fio levíssimus da Fios Kiki. Eu particularmente estava bem ansiosa para trabalhar com esse tipo de fio que é trançado e parece um fio náutico, porém feito em acrílico, o que dá um aspecto super macio, sem brilho, com efeito mate.

O resultado foi bem interessante. O fio deixou o trabalho estruturado, com textura macia e super leve. Eu adorei trabalhar com esse fio! Entretanto, tive que refletir o seguinte:

O fio é vendido em um novelo de 200 metros a um preço de R$ 44,80 (o pagamento feito em boleto sai no valor de R$ 42,56. Esses valores são de Julho/2020). Portanto, o valor do metro sai aproximadamente R$ 0,21.

Como não sabia inicialmente quantos metros essa bolsa iria levar, comprei apenas um novelo para testar. Foi por isso que não terminei a bolsa. Consegui fazer aproximadamente 85% da bolsa com 200 metros. Iria precisar de mais um novelo, e ao final, a bolsa me custaria mais de R$ 88 contando apenas o material.

Portanto, fui atrás de outras opções.

O inesperado

Gosto muito de testar novos materiais e ferramentas. É como abrir uma caixa de surpresas e conhecer um mundo de novas possibilidades!

Desde que voltei a fazer crochê e tricô, minha vontade era poder ter uma loja de armarinho a minha disposição. Queria poder tocar nos fios, fazer combinação de cores e texturas, testar o que fica melhor em cada projeto… Entretanto, no novo normal da pandemia do Novo Corona Vírus, todo esse processo de descoberta ficou dependente de fotos e descrições em sites e redes sociais.

Por várias vezes, comprei fios por conta da expectativa criada em fotos e vídeos, mas que quando chegavam em casa, era uma decepção total. Me sentia enganada e super frustrada ainda mais por ter pago fretes que muitas vezes eram mais caro que o produto.

Por isso mesmo, resolvi ser mais assertiva na escolha e compra do materiais. Criei uma tabela comparativa de fios que é uma belezinha. Possui os principais atributos de cada fio, incluindo gramatura e valor aproximado do metro. É uma ferramenta imperdível para quem quer ter mais precisão na hora de escolher os fios para seus projeto.

E com base nessa ferramenta, percebi que o fio amigurumi maxi da círculo poderia ser um ótimo candidato para esse projeto. Um fio feito de algodão mercerizado (o que traz um certo brilho, diferente dos fios barbantes), gramatura de 1,18 gramas/metro (o fio levíssimus possui 1,15 gr/m) e o valor fica em torno de R$ 0,10 o metro. (um novelo custa aproximadamente R$ 10,99 e possui 114 metros)

E pronto! A bolsa ficou linda no fio amigurumi maxi. (quem disse que fio amigurumi serve apenas para fazer amigurumis? =)

Ao todo, utilizei 2 novelos e meio, o que dá um custo aproximado de R$ 33,00.

Conclusão

Aqui reforçamos alguns dos princípios de quem utiliza o pensamento de design para outros projetos de vida:

  • Teste. Não tenha medo de testar. Teste, erro e inovação sempre andam juntos.
  • Busque alternativas. Use materiais de diferentes áreas e incorpores no seu trabalho. Nem sempre dá certo… mas além de divertido, pode ter um resultado que ninguém havia pensado antes.
  • Não desanime nunca. Criar requer paciência e perseverança. Pode ser doloroso as vezes, mas o aprendizado sempre vale à pena!

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