Aprendi a fazer meus primeiros pontinhos de crochê quando ainda estava no colégio. Vi minha tia fazer e fiquei viciada. Comecei com as barras para panos de prato, fui para os tapetes de barbante e finalmente tentei fazer xales e roupas de crochê. Na época ainda nem existia no mercado os amigurumis, nem os fios de malha… Internet? acho que nem tinha computador na minha cidade ainda… Então todo esse universo de crochê era baseado no conhecimento das tias e das revistas.

Perdia muito tempo testando projetos que não davam certo e a pressão para focar nos estudos estava cada vez maior. Então, um dia, coloquei todos os fios em uma caixa e lá deixei por muitos e muitos anos.

A vida seguiu seu caminho. Me formei, foquei na carreira corporativa, morei em diversos países, aprendi novas línguas, encontrei o homem da minha vida, nos casamos e… descobrimos que a família iria crescer! No momento em que escrevo esse post, estou com 24 semanas, aguardando nosso primeiro bebê chegar 🥰.

Por isso há alguns meses atrás, decidi que as lembrancinhas do nascimento seriam feitas por mim mesma. Foi então que o crochê voltou para minha vida. Tinha escolhido fazer mini-cachepôs com fios de malha.

Sei que isso não é novidade, mas esse projeto me deixou super entusiasmada. Voltar a fazer crochê era voltar para minha infância. Era uma forma inusitada de me redescobrir, o que se encaixava super bem nesse momento de gestação.

Então lá fui eu ver vários vídeos no YouTube e fazer minhas pesquisas no Google, Instagram e Pinterest.

Para esse post, não vou detalhar o projeto e técnicas que fui descobrindo ao longo do caminho, principalmente porque tem muito conteúdo bom na internet sobre esse tema. Algumas referências para seguir:

E claro, minha super inspiração, que faz os trabalhos mais lindos lá da Rússia:

Maya Kiss by Alla Cherkasova

Depois de tanta inspiração e aprendizados, estava super ansiosa para começar. Queria um trabalho tão bom quanto aqueles que eu tinha visto na pesquisa. Ainda não sabia o sexo do bebê. Então decidi uma paleta de cores mais neutras: cinza, branco e azul-verde Tiffany.

E estando no meio da pandemia, a internet era minha única opção para comprar os materiais necessários. Logo me deparei com a questão: que fio comprar?

Com tantas opções de mercado, fui na tentativa e erro. Comecei comprando os fios de resíduo têxtil da EuroRoma. Tive muita dificuldade em achar as cores que eu queria. Não sei se foi efeito colateral da pandemia, mas as lojas online que procurava estavam com falta de estoque da cor cinza. Então achei um vendedor pelo mercado livre que era do sul. O frete saiu super caro para chegar aqui em São Paulo e quando os novelos chegaram, a cor veio bem escura e a espessura dos fios branco e cinza eram diferentes. Tentei fazer meus primeiros cachepôs, mas como queria misturar as cores, eles não ficavam com tamanhos uniformes como eu esperava. Então decidi fazer um tapete (o que foi uma ótima ideia!).

Em minha pesquisa, fiquei super curiosa para trabalhar com um fio que prometia ser leve, sem emendas e com cores padrões caso eu precisava de estoque. Era o fio 100% poliéster das marcas Button, WG e Multitécnicas. Achei o preço um pouco mais elevado, mas só tinha visto boas referências e logo pensei: por que não testar? Comprei logo as 3 cores que precisava para aproveitar o frete.

Os fios vieram de Minas Gerais e quando chegaram, comecei a crochetar. Porém o resultado não foi tão satisfatório.

Como podem ver, o fio é uniforme, leve e sem emendas – show! Mas para esse projeto específico, não “deu match”. Os pontos ficaram super disformes e as bordas da tira não deram o efeito que eu gostaria na aparência final. (Queria ter achado algum conteúdo na internet que tivesse me mostrado isso antes de ter gasto mais de R$ 70 nesse teste…) Mas entendo isso faz parte do processo de criação, certo? Sei que um dia vou achar uma utilidade perfeita para esse tipo de fio.

Para minha 3ª rodada de testes, finalmente decidi ir para o que chamam de Fio de Malha Premium, ou seja, um fio que não é resíduo têxtil. Ele tem uma cartela de cores fixas, tem raras emendas em um novelo, é cortado com a mesma espessura em todo o fio e possui a forma de um rolotê “perfeito”.

Decidi ir pela marca FiosKiki, porém havia mais uma decisão a tomar: Que espessura comprar – 33 mm ou 23 mm?

Enfim, comprei as 2 espessuras para ver a diferença. E aqui está:

Para um mini-cachepô, usando agulha de crochê número 7, e fazendo 3 carreiras na base e 5 carreiras de altura, a diferença foi bem pequena na peça final: menos que 1 cm tanto no diâmetro, quanto na altura.

Gostei muito do resultado final de de ambos os fios. 😊

Mas e o custo?

Claro que depois dessa experiência toda, senti muito a necessidade de ter uma ferramenta que pudesse me ajudar a escolher o melhor fio para cada projeto e estava bem difícil encontrar uma forma mais quantitativa em que eu pudesse comparar e analisar os fios por seu tipo, textura e preço.

Por isso, coletei no período de Julho/2020 os valores e características dos fios que eu havia pesquisado nas lojas online – a maioria com base em São Paulo.

Essa tabela é composta por duas abas que separam os fios pela seguinte classificação de mercado:

  • Fios de verão + fios de malha + barbante
  • Fios de outono / inverno (“lã”)

As colunas guardam informações como:

  1. Linha do Produto (“nome de mercado” do fio)
  2. Fabricante
  3. Categoria
  4. Subcategoria
  5. Composição
  6. Metragem do Novelo
  7. Peso do Novelo
  8. Gramatura do fio (cujo cálculo é a Peso do Novelo dividido pela Metragem do Novelo)
  9. TEX (é a gramatura por 1000 metros)
  10. Espessura do fio (essa foi uma classificação minha baseada na gramatura. poderá ser alterada ao longo do tempo)
  11. Valor Médio (Preço médio de mercado pesquisado nas lojas online)
  12. Valor do Metro (Valor Médio dividido pela Metragem do Novelo)

Existem outras colunas ocultas como por exemplo “Agulha recomendada para Crochê e Tricô” e “Cartela de Cores”. Caso precise dessas informações é só expandir o sinal de + que fica no topo da planilha.

Essa tabela será modificada ao longo do tempo afinal preços mudam e novos fios irão aparecer em nosso mercado. Ela não é exaustiva, mas queria colocar grande parte daquilo que eu vi sendo ofertado na internet.

Ok. Mas como essa tabela pode ser útil?

Uma vez que você tem um projeto em mente, digamos um tapete, amigurumi, bolsa ou mini-cachepô como foi o meu caso.

Eu sabia que precisava de um fio mais espesso para dar estrutura. Então ao ir na tabela, poderia classificar os dados pela espessura do fio ou pela gramatura.

Logo, baseado na gramatura eu poderia verificar as opções de fios e seus respectivos preços por metro. Isso faz a diferença na análise do custo, já que cada linha de produto tem uma forma de vender os novelos. Alguns são pela metragem e outros são pelo peso. Então ficava difícil comparar cada fio pelo valor do seu metro.

Outro oportunidade nessa planilha é a chance de sair fora da caixa e pensar: para o projeto do cachepô, será que o fio de malha é a única opção? Por que não testar com um barbante espesso ou um fio trançado? Acho que teríamos resultados interessantes ao utilizar fios não tão comuns para determinado tipo de peça.

Enfim, essa tabela está me ajudando bastante e espero que ajude você também em sua próxima escolha de fio.

Como acessar a tabela?

Como já foi dito, essa tabela está em constante atualização. Então a forma mais fácil que achei para você poder ter a última versão foi compartilhar através do meu google drive. Segue o link abaixo:

Acesse aqui a planilha comparativa de fios

Mensagem final

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  • Como está utilizando a Tabela Comparativa?
  • Gostaria de algo diferente?

Esperamos que este post tenha lhe ajudado de alguma forma. 

E, finalmente, caso queira conversar sobre algum projeto que tenha em mente ou ter visões diferentes de como você pode executar suas ideias, entre em contato! Será um prazer poder colaborar. 

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